quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Histórias de uma educação que forma e transforma

Histórias de uma educação que forma e transforma


Pessoas que passaram por aqui ou ainda estão na FEUC revelam as razões afetivas e educacionais que as fazem se sentir ligadas à instituição
Por Tania Neves
emfoco@feuc.br
Elizabeth folheia o livrão “História da minha educação”, no qual registrou sua trajetória escolar, e a partir daí percebeu a mudança que a educação estava fazendo em sua vida. (Foto: Gian Cornachini)
Elizabeth folheia o livrão “História da minha educação”, no qual registrou sua trajetória escolar, e a partir daí percebeu a mudança que a educação estava fazendo em sua vida. (Foto: Gian Cornachini)
Hora de preparar a campanha anual de divulgação dos cursos das FIC e do CAEL, e começamos a nos perguntar: o que a FEUC tem de mais importante a dizer àqueles que são potenciais candidatos a se tornarem seus alunos em 2015? Ora, aquilo que esta revista vem ouvindo ao longo dos últimos anos de um sem-número de entrevistados, entre estudantes, pais, ex-alunos, professores, funcionários… – que a qualidade da educação aqui recebida e a convivência afetuosa têm sido fundamentais para transformar e melhorar suas vidas e de suas famílias.
E veio o slogan “Educação para fazer seu mundo melhor”.
Mas quem melhor conta essas histórias são os que viveram e vivem pessoalmente a experiência. Como Elizabeth Ramos da Silva, do 5º período de Pedagogia, que veio em busca de um curso superior apenas para obter status compatível com a função que já exercia, de professora de teologia em sua igreja, mas que aqui se descobriu uma verdadeira educadora: “A transformação começou lá no início do curso, ouvindo as professoras Gilda, Dimarina… Mas a ficha só caiu quando escrevi a ‘História da minha educação’, na disciplina da professora Célia, e me dei conta da minha trajetória. Aí vi crescendo em mim um amor enorme pela profissão, e agora sei que quero lecionar e fazer a diferença”.
Hoje com 57 anos, casada há 35, 4 filhos e 4 netos, Elizabeth conta que não teve boa relação com os estudos no passado. Estudava por obrigação, achava a escola chata, parou no ginásio para trabalhar, depois se casou, engravidou… Uma história comum, mas que ganha ares de superação quando a protagonista completa 50 anos e decide se matricular no Ensino Médio, na mesma turma da filha mais nova, em um Ciep de Vila Kennedy. “Fiz surpresa para todos, até para o marido. Me arrumei de manhã, botei meu uniforme, e minha filha se espantou: ‘onde vai assim?’. Para a escola, e com você! Ela primeiro reclamou que eu ia fazê-la ‘pagar mico’, mas depois se habituou”, lembra Elizabeth.
Trabalhando a autoestima dos colegas
A turma era a 1001, tida como a pior da escola: cadeiras voavam durante brigas, alunos matavam aula, professores lavavam as mãos… “Só o de Matemática conseguia dar aula e ser respeitado, daí percebi que ele sabia o nome de cada um, falava carinhosamente com todos e cobrava aquilo que dava. Ele me inspirou”, conta Elizabeth, que passou a trabalhar a autoestima dos jovens colegas de turma, ressaltando suas qualidades, e ao longo de três anos conseguiu fazer com que acreditassem no próprio potencial: “Eu os convenci a estudarmos juntos para o Enem. Hoje estão cursando Direito, Design, Engenharia… e antes achavam que no máximo iam ter a mesma vida dos pais”, relembra.
Entre leituras de Paulo Freire, Luckesi e outros pensadores, a estudante de pedagogia agora compreende que exerceu ali um papel de educadora, embora sendo apenas colega de classe daqueles jovens. E, sabiamente, conclui que mais aprendeu com eles do que ensinou. “Eles não tinham o que eu também não tive quando criança na escola: estímulo, professores que se importassem. Quando eu me importei com eles, tudo mudou. Agora, na faculdade, meus professores me ajudam a ver isso. Encontrei aqui profissionais tão cheios de vigor e amor pelo magistério que me achei definitivamente nesta profissão.
Reflexões sobre questões sociais levaram Rosilaine encarar docência com outros olhos. (Foto: Gian Cornachini)
Reflexões sobre questões sociais levaram Rosilaine encarar docência com outros olhos. (Foto: Gian Cornachini)
Também foi um professor (de Geografia, formado aqui) que inspirou Rosilaine Souza de Araújo da Silva a vir cursar sua graduação nas FIC. Naquele momento (2000), o que a movia era o firme propósito de romper a realidade em que vivia e mudar o rumo a partir da conquista de um diploma, mas não exatamente ser professora. A única da família a concluir o Ensino Médio, Rosi trabalhava como vendedora de butique para pagar o curso superior, ganhava salário praticamente igual ao valor da mensalidade e usava a carinha de menina para economizar o dinheiro do transporte: ao sair do trabalho, vestia o antigo uniforme da escola pública que lhe franqueava a viagem de ônibus. “Se não fosse assim, eu não teria conseguido fazer a faculdade”, lembra a hoje coordenadora do curso de Geografia.
Após um ano inteiro conciliando butique e faculdade, Rosi conseguiu trocar o comércio pelo trabalho em uma ONG da área de educação. E ali começava a surgir a futura professora: “Foi a FEUC que me proporcionou essa experiência. Associada a todo o envolvimento que eu já tinha com as questões sociais, contribuiu para que eu pudesse ter outro olhar sobre a docência”. Em outras palavras, quando escolheu cursar Geografia, Rosi queria apenas unir o útil ao agradável: avançar profissionalmente com o diploma de curso superior (virar gerente da butique?!) e adquirir conhecimentos para entender melhor o mundo. Mas, no caminho, foi “escolhida” para mudar também a vida de outros: “Além da formação em si, de cursar as disciplinas, a possibilidade de desenvolver projetos, como o Pré-Vestibular Comunitário que criamos aqui, permitiu que eu fizesse muitas reflexões e finalmente enxergasse onde estava aquela mudança de vida que eu almejava”, analisa. Estava no magistério.
O atual coordenador Acadêmico das FIC, Valdemar Ferreira da Silva, foi outro que procurou a faculdade com o estrito propósito de crescer no emprego que já tinha: o de coordenador de Treinamento e Desenvolvimento do Bob’s, posto a que chegou poucos anos depois de começar a vida profissional ainda adolescente, fritando hambúrguer como contratado temporário. Determinado, Valdemar conquistou uma vaga de atendente após o período como extra e foi rumando para o topo: virou assistente de gerente, ganhou prêmio de melhor assistente do ano, foi transferido para a loja mais importante e, finalmente, convidado a coordenar o treinamento de atendentes.
Valdemar: histórias de vida de seus professores mostraram que era possível mudar. (Foto: Gian Cornachini)
Valdemar: histórias de vida de seus professores mostraram que era possível mudar. (Foto: Gian Cornachini)
No novo setor, Valdemar convivia com psicólogos, administradores, pedagogos… mas faltavam-lhe ferramentas que os outros tinham. “Aí pensei: vou fazer faculdade de Pedagogia, preciso ter uma formação superior para continuar crescendo”. Assim ele chegou à FEUC – e você concluirá, no fim da história, que esta instituição é a culpada de o Bob’s hoje ter menos um grande executivo em sua equipe. “Quando comecei a estudar sociologia, filosofia… foi se consolidando o entendimento de que eu não acreditava naquele trabalho que realizava, de treinamento. Aquilo só servia para reforçar a alienação do sujeito, e tudo o que eu estava estudando apontava para a educação libertadora”.
Em conflito, Valdemar foi se aconselhar com a professora Aparecida Tiradentes. Ela foi simples e direta: “Faça o que seu coração pedir”. Ele fez: pediu para sair, e seu chefe na empresa gentilmente o demitiu. Com a indenização, pagou todas as mensalidades até o fim do curso e mergulhou nos estudos e em um estágio. Ao se formar, conquistou ao mesmo tempo uma vaga de mestrado na Fiocruz, sob a orientação de Aparecida, e um convite para lecionar nas FIC. “Devo aos meus professores daqui essa guinada, por eles terem me mostrado que era possível, com suas próprias histórias. Para um menino que cresceu sem estímulo e sem sequer ouvir a palavra faculdade, tenho certeza que a vida só mudou por causa do lugar onde fiz a graduação. Por isso digo sempre aos alunos: aproveitem isso”, completa.

‘Bom para mim, melhor ainda para meu filho’


No Magali e no CAEL, pais que foram alunos dos colégios em décadas passadas agora levam seus filhos para estudar e repetir o que eles consideram que foi uma experiência positiva em sua infância e adolescência
Lucas e André: pai quis para o filho o mesmo ambiente escolar em que se sentia bem. (Foto: Gian Cornachini)
Lucas e André: pai quis para o filho o mesmo ambiente escolar em que se sentia bem. (Foto: Gian Cornachini)
Quando se trata dos colégios, tanto no CAEL quanto no Magali não é raro encontrar pais que trazem seus filhos para cá animados com a experiência positiva vivida por eles próprios em épocas anteriores. André Luiz Cabral, de 29 anos, foi aluno do Magali em 1995 e 1996, e diz que as lembranças se renovam a cada vez que ele reencontra velhos colegas de escola que são seus amigos até hoje.
Foi pensando nessa riqueza pessoal que há 3 anos ele matriculou o filho Lucas dos Santos Tavares, hoje com 7 anos. “Eu era um aluno bagunceiro, ativo, mas nunca fui incompreendido. Quis para o Lucas esse mesmo ambiente, em que os valores são aqueles mais importantes, mas não se fica parado no tempo. É assim que eu vejo o Magali”, diz André, apontando ainda outra característica que lhe agrada: o fato de as diretoras, os professores e os funcionários conhecerem cada aluno pelo nome. “Essa proximidade é muito boa. Eu gostava disso no meu tempo. Se foi bom para mim, vai ser melhor ainda para o meu filho”.
Do Km 32 a Campo Grande, por amor à escola
Alana e Gisele: longe de casa, mas perto da felicidade. (Foto: Gian Cornachini)
Alana e Gisele: longe de casa, mas perto da felicidade. (Foto: Gian Cornachini)
Gisele de Menezes Bento Silva, de 30 anos, entrou para o Magali aos 3 anos e cursou lá todo o Ensino Fundamental. Considera que teve ótima formação e sempre se sentiu querida e cuidada no ambiente escolar, detalhes fundamentais para o bom desenvolvimento de uma criança. Por isso ela levou a filha, Alana de Menezes Bento Silva, para estudar lá. “Para ela também foi paixão à primeira vista, num instante estava adaptada e se entendendo com todo mundo”. Mas a felicidade durou pouco, e um ano depois Gisele precisou trocar Alana de escola, pois se mudou para o Km 32 da Antiga Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu, e o Magali ficou distante. “Ela não gostou, ficou amuada. No começo achei que era só saudade e que ia passar, mas depois vi que minha filha estava regredindo na socialização, se retraindo, não queria mais ir para a escola. Cheguei a pensar que ela pudesse ter dificuldade de aprendizado, pois não ia bem nas atividades. Aí resolvi fazer um sacrifício e voltar para o Magali”, relata Gisele.
A rotina da família se transformou, pois Gisele passou a levar a filha de carro todos os dias, contando com a sogra ou o marido para buscá-la nos dias em que trabalha à tarde. Mas o esforço conjunto logo foi recompensado: “De volta ao Magali, ela recuperou todo o prazer de estudar e o estímulo também. Agora quer ir à escola até no fim de semana! Valeu muito a pena. É tranquilizador quando você pode confiar numa escola e ver que seu filho fica bem”, diz Gisele.
Maria Antônia e Bruna: caso de amor familiar com CAEL. (Foto: Gian Cornachini)
Maria Antônia e Bruna: caso de amor familiar com CAEL. (Foto: Gian Cornachini)
Todos os dias quando entra na FEUC para buscar a pequena Maria Antônia, de 5 anos, Bruna Azevedo Pereira Machado Fonseca revive o que ela mesma classifica de a melhor época de sua vida: 11 anos inteirinhos como aluna do CAEL, de 1990 a 2000. A julgar pelo que acontece no percurso, da portaria até o prédio da Educação Infantil, parece que foi ontem: Bruna vai cumprimentando professores, inspetores, serventes… “O mais legal é isso, ver que um monte de gente da minha época continua aqui. E todos eles se lembram de mim”, diz a ex-aluna de Enfermagem.
E foi a formação no curso técnico que conduziu Bruna ao posto que ocupa hoje no Hospital Rocha Faria, embora tenha feito também faculdades de Enfermagem e Educação Física – esta graduação, aliás, a trouxe de volta ao CAEL em 2006, como estagiária de seu antigo professor, Miguel Louro. A ex-aluna conta que, quando sua filha nasceu, ela nem cogitou outro colégio: “Com três meses ela já estava aqui, na creche. E com certeza vai continuar até se formar, como eu. Só não fiz faculdade na FEUC porque não tinha o que eu queria”, afirma Bruna, torcendo para que a atual expansão de cursos da instituição desemboque num grande leque de opções para Maria Antônia no futuro.
Outra que passou recentemente pelo CAEL e já alça voos mais altos é Larrysa de Morais Alves da Cruz, de 18 anos, formada no técnico em Química e estudante de Farmácia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).  A jovem valoriza a qualidade do ensino do Colégio, que lhe permitiu ingressar em uma universidade pública: “O CAEL me deu toda a base para realizar o sonho de estar hoje na Rural. Muita coisa que aprendi nas matérias do Ensino Técnico e Regular eu estou usando na faculdade”, afirma Larrysa. “Há colégios que focam só no Técnico e esquecem as matérias básicas, então os alunos chegam muito deficientes em algumas disciplinas da universidade. Mas pela base que tive, eu me sinto um pouco em destaque, porque na faculdade consigo entender tudo plenamente”, observa.
Larrysa: destaque na turma da faculdade por conta da boa formação no Ensino Médio. (Foto: Gian Cornachini)
Larrysa: destaque na turma da faculdade por conta da boa formação no Ensino Médio. (Foto: Gian Cornachini)
Durante sua trajetória no CAEL, Larrysa brilhou em 2013 com um projeto da Expo X escolhido para representar o Colégio na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece anualmente na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A jovem criou um bioplástico com a proposta de identificar a deterioração dos alimentos, alertando as pessoas quando o produto está impróprio para consumo. “Infelizmente, não ganhei nenhum prêmio na Febrace, porque o projeto ainda não está concluído. Mas foi uma experiência muito boa, e eu quero continuar trabalhando na faculdade com descobertas que ajudem as pessoas. Isso sempre foi o meu objetivo: criar algo para ajudar”, revela Larrysa, lembrando da importância da Expo X para fortalecer o aprendizado: “É uma grande oportunidade no Colégio, pois incentiva o aluno a descobrir, a aguçar a criatividade e a curiosidade. A Expo prepara a gente para a vida na universidade, que tem isso de descobrir as coisas e de saber o porquê delas”, ressalta.

A vida que muda a vida da gente


Conhecedores das dificuldades de conciliar trabalho, estudo e jornadas domésticas, porque também passaram por isso, professores são mais generosos com alunos, sem abrir mão da qualidade da formação
A história do professor de Português Erivelto Reis com a FEUC começou muitos anos antes de ele se tornar aluno da graduação em Letras. Desde garoto apaixonado por literatura e poesia, o jovem sempre frequentou os eventos culturais da instituição, onde tinha a chance de conhecer poetas, escritores e outros artistas. Isso nas horas em que não estava trabalhando como garçom, profissão que exerceu por 18 anos. Quando a esposa, Regina, o incentivou a apertar o orçamento e fazer uma faculdade, os poetas Primitivo Paes, Américo Mano e Rita Gemino lhe asseguraram que o lugar certo era a FEUC, apesar de ele ter a possibilidade de uma bolsa integral em outra instituição.
Erivelto veio, abriu seu coração sobre o desejo imenso de cursar a graduação, lembrou que era assíduo nos saraus da instituição e acabou obtendo um bom desconto. Assim sua vida começou a mudar: “Eu não tinha mais tempo a perder, então a questão que me movia era ter um bom aproveitamento no curso. Todos os professores que tive aqui foram muito generosos comigo, porque me disseram a verdade: o que não estava bom era corrigido, e eu tinha que fazer de novo. E é assim que procuro agir com meus alunos, entendendo as dificuldades que têm como trabalhadores, mas sendo firme ao exigir qualidade, pois essa marca da FEUC já existia antes de mim e continuará depois”.
O professor ressalta também o carinho dos funcionários: “No meu primeiro dia de aula, a Andreia me levou até a sala, porque eu não estava entendendo aquele negócio de bloco. Isso é muito legal: aqui todo mundo ajuda, a gente é preparado para competir fora daqui, mas dentro há cooperação, uma humanidade muito grande”.
Professor Erivelto: paixão por poesia e livros o fez trocar as bandejas pelo quadro e giz. (Foto: Gian Cornachini)
Professor Erivelto: paixão por poesia e livros o fez trocar as bandejas pelo quadro e giz. (Foto: Gian Cornachini)
Erivelto criou para si uma espécie de personagem: o professor de suspensórios. E conta que se tornar docente foi um processo elaborado em sua formação: “Eu assistia aulas pensando em como daria aulas, porque me prometi que só seria garçom até as vésperas da minha formatura. Fui pegando, de cada professor que eu admirava, alguma coisa, e testando à minha maneira quando tinha que apresentar trabalhos lá na frente. Recomendo isso como treinamento”, diz.
A promessa foi cumprida. Com colação de grau marcada para o dia 28 de dezembro de 2009, Erivelto se despediu das bandejas no dia 23 de dezembro. E em 2010 se tornou professor da própria FEUC: “Continuo pensando do mesmo jeito e tendo os mesmos sonhos de quando era garçom, só que agora esta casa me deu ferramenta para realizá-los. Fiz um curso superior para fazer escolhas superiores e não para ser superior a ninguém”.
Alexandra e Maria José: amigas e vizinhas se encontram como aluna e professora na pós
Alexandra e Maria José: amigas e vizinhas se encontram como aluna e professora na pós
E mesmo quem só conheceu a FEUC na hora de fazer a pós-graduação sente um clima diferente. Ainda mais quando é trazida por uma declarada admiradora da instituição. Que o diga a professora de artes Alexandra Fernandes da Silva, que na pós em Libras é aluna de sua vizinha e incentivadora Maria José Brum. Formada no Ensino Normal e em Artes Plásticas, ela passou a se interessar por Libras devido ao convívio com Maria José e sua irmã Lili, que é surda. Alexandra fazia uma pós em Libras a distância, mas não estava muito satisfeita. Quando soube que a FEUC abriu uma, presencial, correu para cá: “Só de saber que a Maria José seria professora, não tive a menor dúvida. Depois conheci o professor Victor Ramos, aí o círculo se fechou. Os dois são maravilhosos, instigam a turma a querer aprender mais”, diz Alexandra.
Formada em Pedagogia pelas FIC, Maria José se especializou em Libras fora daqui e dá aulas da disciplina na graduação e na pós. Ela acabou de concluir mais uma pós sobre o tema na UFRJ (Interpretação e Tradução de Libras) e está se candidatando ao mestrado na UFRJ. E quer fazer do curso de especialização da FEUC uma referência no tema: “O curso aborda mais teoria, mas quero unir com a prática, levar para a proficiência do aluno. Seria um sonho realizar algo grande assim nesta instituição, que eu amo de paixão!”.
Na propaganda, a alma da FEUC
O estudante Renato Paulo Gomes de Souza traçou um paralelo tão interessante entre suas conquistas profissionais e a formação recebida aqui, que uma das frases de sua entrevista foi parar nos outdoors de publicidade da faculdade: “Cada vez que retorno à FEUC, mais portas se abrem para mim, na vida profissional e nas relações humanas”.  Ele se referia à rápida inserção no mercado de trabalho após se formar em Química no CAEL, em 2001, e a recente conquista de um estágio em docência e a participação no PIBID, agora que cursa Ciências Sociais nas FIC.
Após quase 15 anos atuando como técnico em várias indústrias no Rio, numa carreira vitoriosa que o levou ao atual posto de chefe substituto em Bio-Manguinhos, na Fiocruz, Renato decidiu que era hora de voltar aos bancos escolares para dar uma guinada na vida profissional: “A formação de técnico me deu um bom emprego, minha própria casa, uma vida confortável. Mas chega uma hora que você quer outros desafios, e me lembrei de como eu gostava da área de Ciências Humanas, daí decidi fazer faculdade. Para mim, não poderia ser em outro local senão na FEUC”, diz.
Renato: Química no CAEL e Ciências Sociais nas FIC. (Foto: Gian Cornachini)
Renato: Química no CAEL e Ciências Sociais nas FIC. (Foto: Gian Cornachini)
Por ter um bom emprego na Fiocruz, Renato conta que já ouviu críticas sobre sua escolha, gente que lhe diz que jamais ganhará o mesmo como professor. Ele rebate: “Meu projeto é de longo prazo, conciliar as duas coisas por um tempo, até poder viver só do magistério. Vou chegar lá. O que eu não vou é mercantilizar tudo e deixar de fazer o que sei que me realizará”, afirma o estudante, que se vê no futuro trabalhando com educação de jovens e adultos.

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