quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Da FEUC para o mundo

Da FEUC para o mundo

Estudante das FIC na graduação e na pós irá para os EUA cursando mestrado com bolsa integral
Por: Pollyana Lopes
Concluir um curso de graduação já é uma conquista e tanto – pois, de acordo com o Censo do IBGE de 2010, apenas 7,9% dos brasileiros possuem ensino superior. Mas há quem não se contente com o diploma e busque sempre mais. Para essas pessoas, as fronteiras não são empecilhos, e a busca por conhecimento e estudo alcança o mundo. É o caso de André Nascimento, que se formou em Letras (Português-Inglês) nas FIC em 2014, emendou na pós-graduação em Língua Inglesa, também na FEUC, e agora ruma aos Estados Unidos para cursar, com bolsa integral, o mestrado em Português e Literaturas pela The University of New México. Durante os próximos anos, André vai pesquisar a relação entre a masculinidade latino-americana e a violência em regiões periféricas.
André no pátio da FEUC, quando foi o terceiro colocado no Premio FEUC de Literatura na categoria Aluno da instituição. (Foto: Gian Cornachini)
André no pátio da FEUC, quando foi o terceiro colocado no Premio FEUC de Literatura na categoria Aluno da instituição. (Foto: Gian Cornachini)
Ele conta que ainda era criança quando se interessou pela língua inglesa. Com apoio dos pais, entrou para um curso de idiomas e, no contato com americanos que frequentavam sua igreja, ele pôde praticar a língua, o que só fez aumentar o seu interesse. “Com 13 para 14 anos eu já lia livros em inglês, achava-os mais baratos nos sebos, e com essa idade comecei a dar aulas particulares para vizinhos”, conta o jovem que, a respeito da pouca idade, acrescenta “Que maluquice, mas eu era bem responsável”.
O sistema de ensino nos EUA é diferente do brasileiro, principalmente no que tange aos custos. Mesmo as universidades públicas não são totalmente gratuitas, em alguns casos elas são apenas mais baratas do que as instituições particulares. Além disso, no país não é comum que sejam disponibilizadas bolsas para mestrandos, pois elas são mais frequentes nos programas de doutorado. Neste contexto, conseguir uma bolsa como a de André, que cobre todos os gastos, já é uma vitória, mas ele conquistou mais: “Na minha situação, ganhei a bolsa integral dos custos da universidade para não precisar pagar e fui convidado a ministrar dois cursos no setor de extensão do departamento, recebendo, assim, uma outra bolsa em dinheiro”.
O histórico profissional de André foi importante: desde os 18 anos ele atua profissionalmente como intérprete em congressos e encontros políticos e culturais, além de fazer traduções de artigos para revistas acadêmicas. Mas o estudante valoriza e reforça o quanto a sólida formação acadêmica que obteve aqui foi importante.
André (à esquerda) junto de colegas da The Sate University of New York (SUNY), onde ele é pesquisador convidado e membro do grupo de Estudos Latino-americanos. (Foto: Arquivo Pessoal)
André (à esquerda) junto de colegas da The Sate University of New York (SUNY), onde ele é pesquisador convidado e membro do grupo de Estudos Latino-americanos. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Minha formação na FEUC foi essencial. Vivia falando para os meus amigos: ‘ah, não posso, eles são bons demais’. Mas quando sentava e analisava, via que todos os tópicos tinham sido abordados na graduação. Tive uma formação de ponta, que não deixa a desejar a nenhuma instituição em nível global das que tive a oportunidade de conhecer”, revelou.
Mais que os conteúdos dados durante o curso, André também destaca a boa relação com os mestres: “O compromisso dos professores e a fé que eles têm em nós é singular nesse processo de construção da autoestima. Quando você vem de família pobre, você passa a vida achando que o ‘qualquer coisa’ é a única opção que você tem. Até que você descobre que você pode sim lutar contra uma hegemonia que não quer que o filho do operário seja doutor e que pobre não esteja na universidade”. Para finalizar, ele expressa sua gratidão. “Agradeço muito à FEUC e aos professores por essa educação excelente. Os mestres viraram meus amigos”

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