segunda-feira, 30 de junho de 2014

MATÉRIA DA NOVA REVISTA FEUC EM FOCO SOBRE A SEMANA DE LETRAS 2014

Arte e cultura como tempero



Semana acadêmica é enriquecida por atividades que alimentam a alma
Por Tania Neves
emfoco@feuc.br
Iniciada com um recital em homenagem ao poeta Primitivo Paes e encerrada com sarau de música e poesia, a XXIII Semana de Letras mais uma vez se destacou pela grandiosidade e variedade da programação, que contou com mais de 50 atividades e reuniu um público superior a 400 pessoas nos três dias do evento. Em meio às muitas palestras e apresentações de trabalhos acadêmicos, os participantes puderam também se deliciar com sessões em que o objetivo maior era mexer com as emoções e as sensações.
Sílvia e o filho Matheus Cesar visitam a instalação ‘Projeção de letras em luzes e formas’. (Foto: Tania Neves)
Sílvia e o filho Matheus Cesar visitam a instalação ‘Projeção de letras em luzes e formas’. (Foto: Tania Neves)
Foi o caso da instalação “Projeção das Letras em luzes e formas, sobre um olhar machadiano”, idealizada pelo aluno de Letras Adriano Marcelo com inspiração na obra e no universo de Machado de Assis. Numa sala toda revestida de tecido preto e com iluminação colorida, os visitantes eram convidados a ler pequenos trechos de obras do escritor e interagir com o ambiente. Muitos diziam experimentar uma sensação maior de atenção, que fazia com que os trechos lidos ficassem ressoando na cabeça mesmo depois de sair da sala. Para Adriano, esse efeito poderá fazer com que a pessoa depois busque aquela obra para uma leitura mais aprofundada. “Esse é o objetivo da instalação: propiciar a identificação da pessoa com a obra de Machado, a partir da curiosidade que uma proposta diferente pode provocar”.
A estudante de Letras Sílvia da Silva Ferreira gostou tanto que foi buscar o filho Matheus César, aluno do Pré 2 do CAEL, para ver também. E o que mais encantou o menino foi a máquina de escrever exposta sobre a mesinha no centro da instalação. “Aproveitei para explicar a ele que o computador não existiu desde sempre”, brincou Sílvia.
Grupo encena peça de Roberto Espina sobre contradições da propriedade privada. (Foto:  Ricardo Nielsen)
Grupo encena peça de Roberto Espina sobre contradições da propriedade privada. (Foto: Ricardo Nielsen)
No recital “Primitivo vive”, a presença da família do poeta na plateia foi um incentivo a mais para a performance emocionada de alunos e professores.    As filhas Joelma e Adriana e os netos Tiago, Diego e Derick acompanharam as boas vindas dadas pelo professor Erivelto Reis, a leitura de poemas feita por ele e os alunos Rafael Menezes, Carlos Alberto de Castro, Carlos Alberto Loureiro, Isabelle Brum, Julio Cesar Alves, Ramayana Del’Secchi, Raquel Ladeira, Elba Gaya e, por fim, um discurso emocionado da coordenadora de Letras, Arlene da Fonseca Figueira: “Educação não se faz só com conteúdos, metodologias. A arte também nos ajuda muito a aprender. E desde que o Erivelto trouxe o Primitivo aqui pela primeira vez, não parei de aprender com ele. Ele ensinou e encantou muito a nós todos”, disse Arlene, referindo-se à participação constante do poeta nos eventos acadêmicos e artísticos da FEUC.
O professor Cícero e os DVDs de Chico Buarque: momentos lúdicos durante palestras. 9Foto: Tania Neves)
O professor Cícero e os DVDs de Chico Buarque: momentos lúdicos durante palestras. 9Foto: Tania Neves)
Outro destaque cultural foi a apresentação da peça “O proprietário”, do dramaturgo argentino Roberto Espina, pelo grupo formado pelos alunos de Letras Maurício José da Fonseca e Suely do Carmo Resende, além dos professores do município Cimara Mattos e Will Tom. Segundo Maurício, o grupo é o único autorizado a representar as peças de Espina no Brasil. A obra – que Maurício adota bastante em encenação nas escolas – aborda a questão da propriedade privada, a partir de divertidos diálogos entre um sujeito que é dono de um lugar e outro que chega para usufruir do lugar.
Também nas atividades desenvolvidas durante os três dias de evento pelo professor Cícero Sotero Batista na sala de vídeos da Biblioteca, com base na obra de Chico Buarque (que acaba de completar 70 anos), o componente lúdico esteve em alta, já que Cícero apresentou muitos trechos de DVDS de Chico para ilustrar suas explanações sobre as possibilidades de uso da canção popular em atividades de sala de aula. “A canção é um produto singular da cultura brasileira, pois faz uma ponte entre a cultura oral e a cultura escrita”, argumentou o professor, incentivando muito os alunos a explorarem essa peculiaridade quando se tornarem professores.
No encerramento da semana, houve fôlego ainda de parte do público para curtir a apresentação poético-musical “As belas canções de Chico”, no auditório. O sarau contou com a participação de Cícero, Erivelto e Flávio Pimentel, entre outros professores e alunos.

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